Por pouco fino que possa parecer (a muita gente), gosto de estar debaixo da latada, encostado ao muro de pedra, colocar o pé no tanque com água fresca. Comer debaixo da macieira, da oliveira, com os pimentos, os feijões lá ao fundo. De lado estão as batatas a quererem saltar cá para fora. Aquela brisa que bate nas ventas acalma a alma, descomprime os músculos. São momentos simples, acompanhados por conversas populares, sem preocupações de monta. Não entram dissertações estéreis ou teses de outro mundo. O mais complicado, ainda, consegue ser a questão da quelha que não foi arranjada.
Trincar uma grossa fatia de centeio, de broa. Os petiscos são sempre os mesmos, mas cada dentada parece ser a primeira. Rodelas grossas de chouriço, nacos de presunto, morcelas fritas.
Sorve-se um tinto, um branco. Coisas sem grande valor. Dou comigo a pegar em vinhos que, aqui em baixo, raramente (nunca) lhes pego. Existem vinhos que só se bebem quando não estamos enfiados num apartamento indiferenciado, numa rua qualquer, numa cidade sem rei nem roque ao longo do (frágil) litoral. Só entram pela goela quando estamos a olhar para as hortênsias.
Porta dos Cavaleiros tinto 2006
Cheiros com frescura, francos, sinceros no discurso. Aqui e além notam-se sensações silvestres. Casca de árvore, pinheiro e alguma terra pelo meio. Ao fim de algum tempo aparecem umas quantas amoras. Nada de grande intensidade. O vegetal era dominador.
Os sabores revelaram frescura. O vegetal marcava, novamente, presença. A acidez pedia por pratos com gordura. Termina com um final levemente balsâmico. Clássico na forma de estar e de ser.
Um vinho correcto que cumpre a função para que foi feito. Para o dia-a-dia. Por 2€ não se pode pedir mais. Não se deve. Nota positiva para os saudáveis 12,5% de graduação alcoólica. Nota Pessoal: 12,5
Porta dos Cavaleiros tinto 2005
Aroma mais frutado, mais carnudo que a colheita de 2006. Mantém, de qualquer modo, a matriz silvestre com o vegetal a marcar presença (menos dominador). Tudo aparenta estar mais redondo, bem mais apelativo, talvez menos regional.
O sabor, aqui, volta a ser um pouco mais gordo, um pouco mais denso. Revela boa frescura, deixando no final, mais uma vez, uma sensação balsâmica.
Apesar de ter mostrado mais fruta, continua a ser um vinho para comidas fortes. Não desmerece, apesar de ser mais velho que o outro. Paguei por ele 2€. Nota Pessoal: 13,5
E o regresso à vida de sempre está ali ao virar da esquina.
Sorve-se um tinto, um branco. Coisas sem grande valor. Dou comigo a pegar em vinhos que, aqui em baixo, raramente (nunca) lhes pego. Existem vinhos que só se bebem quando não estamos enfiados num apartamento indiferenciado, numa rua qualquer, numa cidade sem rei nem roque ao longo do (frágil) litoral. Só entram pela goela quando estamos a olhar para as hortênsias.
Porta dos Cavaleiros tinto 2006
Cheiros com frescura, francos, sinceros no discurso. Aqui e além notam-se sensações silvestres. Casca de árvore, pinheiro e alguma terra pelo meio. Ao fim de algum tempo aparecem umas quantas amoras. Nada de grande intensidade. O vegetal era dominador.
Os sabores revelaram frescura. O vegetal marcava, novamente, presença. A acidez pedia por pratos com gordura. Termina com um final levemente balsâmico. Clássico na forma de estar e de ser.
Um vinho correcto que cumpre a função para que foi feito. Para o dia-a-dia. Por 2€ não se pode pedir mais. Não se deve. Nota positiva para os saudáveis 12,5% de graduação alcoólica. Nota Pessoal: 12,5
Porta dos Cavaleiros tinto 2005
Aroma mais frutado, mais carnudo que a colheita de 2006. Mantém, de qualquer modo, a matriz silvestre com o vegetal a marcar presença (menos dominador). Tudo aparenta estar mais redondo, bem mais apelativo, talvez menos regional.
O sabor, aqui, volta a ser um pouco mais gordo, um pouco mais denso. Revela boa frescura, deixando no final, mais uma vez, uma sensação balsâmica.
Apesar de ter mostrado mais fruta, continua a ser um vinho para comidas fortes. Não desmerece, apesar de ser mais velho que o outro. Paguei por ele 2€. Nota Pessoal: 13,5
E o regresso à vida de sempre está ali ao virar da esquina.
Post Scriptum: Já devia estar habituado, mas continuo sem perceber a razão do estúpido alargamento da betanização do litoral para as capitais de distrito (do interior)? Todos querem prédios, ruas atafulhadas de carros, centros comerciais. Muito betão. Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco ...
Comentários
http://sabordaservas.blogspot.com/
Recentemente provei o Porta dos Cavaleiros Touriga nacional 2005 (5.5€) e achei que estava com uma relação qualidade/preço muito boa, enganado muita gente quanto ao seu preço real.
Um abr
NF
Um abraço
Um abr
NF