Pelo que tenho lido, este vinho da Quinta do Crasto (na versão 2006) foi um dos escolhidos pelo crítico de vinhos João Paulo Martins. Aliás, fazendo uma pequena passagem pela crítica nacional, começo a reparar de ano para ano, que as novidades no que concerne aos escolhidos, aos melhores, começam a ser cada vez menos. Não é preciso muito tempo para percebermos que os nomes colocados em cima da mesa são quase sempre os mesmos. Um simples consumidor, que perca alguns minutos em ler as opiniões de meia dúzia de indivíduos, adivinha provavelmente mais de metade dos seleccionados.
Em 2005 a Vinha Maria Teresa proporcionou, mais uma vez, uma sessão de emoções, de prazeres, cheia de riqueza e delicadeza. Era impressionante a suavidade, o aspecto cremoso (quase manteiga) que foi revelando ao longo de toda a prova. Aqui, a abordagem é outra (bem diferente do Batuta 2001).
O semblante aromático estava recheado de cheiros a chocolate com leite, a chocolate branco. Caramelo e baunilha. Muito insinuante. Em certos momentos, levou-me a pensar que estava a ser encaminhado para o meio do pecado, da luxúria, tal era a dependência, o desejo em cheirar, cheirar.
Ainda insatisfeito, (o vinho) abre a mão e deixou cair para fora aromas balsâmicos misturados com toques de madeira exótica. Um pouco de especiaria (pimenta branca) dava-lhe um ar menos convencional.
A fruta? Era suave, com intensidade e doçura equilibrada. Alguma vinha cristalizada, levemente salpicada por açúcar em pó. Fico-me por aqui. Acreditem que era capaz de inventar mais (e olhem que a vontade é muita).
O paladar voltava a insistir na sensação amanteigada, caramelizada e chocolatada. Elegante, de porte fino, quase filigrana. Bem sustentado pela acidez. A desbunda de prazeres, a farra, terminava com sabores achocolatados, levemente temperados por balsâmicos e por mais um pouco de pimenta. Nota Pessoal: 18
Post Scriptum: Até o preço é extravagante.
Comentários
Cada vez mais os vinhos estão mais modernos, mais redondos, mais "suaves".