Vinhos da Madeira estão na última fronteira a ser atingida (ainda faltam muitas). Tenho depositado, também, muito esforço na interpretação deste vinho. As recentes provas têm-me proporcionado um conjunto e sabores e cheiros que quase desconhecia.
Escolher palavras para falar sobre este vinho estão, ainda neste momento, carregadas de ingenuidade e ligeireza. São reveladoras do vasto desconhecimento que existe. Independentemente de tudo isso e mais alguma coisa, não fico acanhado em partilhar, oferecer-vos meia dúzia de comentários, muito pessoais, sobre um vinho da Madeira que tem aparecido frequentemente em cima da minha mesa. Por um motivo ou ou outro, este Bual 1977 da Blandy's Madeira Wine tem sido usado e abusado como aperitivo, como digestivo ou como simples desbloqueador de conversa. É um vinho que satisfaz por si só.
Ao fim de muitos dias aberto e quase no fim, (encontra-se em frente de mim, enquanto vou falando), consegue ostentar um conjunto de sensações muito ricas, indiciando uma complexidade que, honestamente, tenho alguma dificuldade em discriminar. Existem aromas de maracujá. Será possível? Tangerina e laranja. Olhando para dentro dele, de olhos cerrados, saltam à vista cheiros iodados, madeiras envernizadas. Soalhos velhos, mas reluzentes. Descanso o nariz. São só uns minutos. O que resta na garrafa é muito pouco para poder acompanhar-me enquanto escrevo. Deixem-me saborear. Café, muito grão de café. Avelãs, carradas de avelãs.
O paladar mostra uma vivacidade enorme, quase desmedida. Acidez alta, a dizer-me que, apesar de estar nas últimas, está longe da morte. Reaparece o maracujá, o café, as avelãs. O final, aquilo que fica quando desaparecem as derradeiras gotas da boca, é longo e carregado de sabores.
Acabou. O copo está vazio. Nota Pessoal: 18
Post Scriptum: Engarrafado em 2007
Ao fim de muitos dias aberto e quase no fim, (encontra-se em frente de mim, enquanto vou falando), consegue ostentar um conjunto de sensações muito ricas, indiciando uma complexidade que, honestamente, tenho alguma dificuldade em discriminar. Existem aromas de maracujá. Será possível? Tangerina e laranja. Olhando para dentro dele, de olhos cerrados, saltam à vista cheiros iodados, madeiras envernizadas. Soalhos velhos, mas reluzentes. Descanso o nariz. São só uns minutos. O que resta na garrafa é muito pouco para poder acompanhar-me enquanto escrevo. Deixem-me saborear. Café, muito grão de café. Avelãs, carradas de avelãs.
O paladar mostra uma vivacidade enorme, quase desmedida. Acidez alta, a dizer-me que, apesar de estar nas últimas, está longe da morte. Reaparece o maracujá, o café, as avelãs. O final, aquilo que fica quando desaparecem as derradeiras gotas da boca, é longo e carregado de sabores.
Acabou. O copo está vazio. Nota Pessoal: 18
Post Scriptum: Engarrafado em 2007
Comentários
Pratas: creio que o madeira de 78 era um terrantez e não bual... confirmas?
abraços aos dois,
Nuno