Se tiverem queda para as flores, muitas flores, ou desejarem ter um jardim cheio de pequenos pontos coloridos, gostarão certamente deste vinho (que devia ser Bairradino). Quase que jurava, a pés juntos, que saíram do copo rosas, braçadas de rosas. Malmequeres, violetas e alfazema.
Encontrei este vinho num curioso ponto de evolução, atestado de cheiros do campo. Presença da fruta era ligeira, discreta, mas suficiente para o que se pretendia. Nada de exageros. Morangos, amoras e framboesas no ponto ideal de maturação.
Durante a noite, foi deixando paulatinamente aquele lado mais floral dando lugar à especiaria (mais ou menos exótica) e às ervas aromáticas. Cravinho, cominhos, carqueja e poejo seco (será usado para estes lados?) pareciam ajudar à refeição (uma coxa de pato assado no forno, acompanhada por suave puré de batata). Em jeito de terapia, acercaram-se aromas de eucalipto, de pinheiro. Com ares destes o peito fica limpo e apto para continuar a respirar decentemente.
Encontrei este vinho num curioso ponto de evolução, atestado de cheiros do campo. Presença da fruta era ligeira, discreta, mas suficiente para o que se pretendia. Nada de exageros. Morangos, amoras e framboesas no ponto ideal de maturação.
Durante a noite, foi deixando paulatinamente aquele lado mais floral dando lugar à especiaria (mais ou menos exótica) e às ervas aromáticas. Cravinho, cominhos, carqueja e poejo seco (será usado para estes lados?) pareciam ajudar à refeição (uma coxa de pato assado no forno, acompanhada por suave puré de batata). Em jeito de terapia, acercaram-se aromas de eucalipto, de pinheiro. Com ares destes o peito fica limpo e apto para continuar a respirar decentemente.
Na boca revelou-se equilibrado, cheio de frescura. Corpo fino, esbelto e bem perfumado. No final pontificava uma original sensação citrina (talvez tenha sido a acidez a dar sinal). A sua aptidão para estar ao pé da comida ficava reforçada.
Mais um tinto de 2001 com muita vida, bem cozinhado pelos Cozinheiros, e com estrutura para ir fazendo a sua vida ao longo de muitos anos. Não é nenhuma Utopia esperar por estes vinhos (com Baga). Nota Pessoal: 16,5
Mais um tinto de 2001 com muita vida, bem cozinhado pelos Cozinheiros, e com estrutura para ir fazendo a sua vida ao longo de muitos anos. Não é nenhuma Utopia esperar por estes vinhos (com Baga). Nota Pessoal: 16,5
Comentários
Na tua opinião o 2001 vai progredir quanto tempo?
Abraço,
Pedro Guimarães
Achei muito curioso o estado desta botelha. Pessoalmente tenho em cave as colheitas mais recentes.
Definir um vinho das Matas do Lourical como sendo um vinho da Bairrada é "demasiado" forçado. Compreendo que os bloguistas são apaixonados, que inebriados pela sua própria paixão, às vezes se excedem! Mas não se pode de deixar ser correcto nestes cometários.
A Quinta dos Cozinheiros situa-se no extremo do concelho da Figueira da Foz, portanto bastante a sul do extremo sul da Denominação de Origem da Bairrada (de Cantanhede às Matas do Lourical são aproximadamente 50 km).
Além do mais o sul da região da Bairrada e as Matas do Lourical encontram-se separadas pela bacia do Mondego o que origina, como deve compreender, diferenças climatéricas profundas, as quais associadas às características morfológicas do terreno, resulta num terroir distinto e único em Portugal.
Os vinhos da Quinta dos Cozinheiros não deixam por isto de ter uma enorme qualidade e um a capacidade de guarda profunda, associada em especial à casta Poeririnho (a conhecida Baga na Bairrada).
A Quinta dos Cozinheiros, que se encontra em termos de classificação na Região das Beiras (essa desastrosa classificação), representa com a Quinta da foz de Arouçe, dois lugares únicos na produção de vinho de excelência e de guarda, longe dos estereótipos tão do agrado dos neo-enófilos.
Saudações enófilas
O que referiu, espero que acredite, é do meu conhecimento e de outros que por aqui andam, tanto a Quinta dos Cozinheiros, como a Quinta da Foz de Arouce. Assumo que coloquei grosseiramente e de consciência, a denominação Bairrada. Fi-lo, acima de tudo, para termos todos um ponto de referência.
Como disse e bem, excesso é algo que não pretendo abandonar. Iria tirar muito tempero ao que dizemos e ficaríamos iguais aos outros. Sem piada e sem sabor.
Saudações Enófilas.
Sou um leitor atento de quase todos os blogs de vinho. Não querendo ser indelicado com nenhum, apenas digo que são uma pedrada do charco.
Têm a coragem de vir a público dizer o que pensam.