Agora tem outro nome. Parece, segundo o que consta, é DODA. Na nova versão, o Douro surge em primeiro lugar e o Dão em segundo. Acredito que, pelo simples facto de ter mudar de nome, não tenha mudado de estilo. Pessoalmente, não faço ideia como é que esse DODA está. Perdi interesse no vinho. Não passo incólume às torrentes de novidades e, como criança, coloco de lado o que já não é novo. Peço constantemente brinquedos modernos, coisas que possam continuar a alimentar o frenesim enófilo.
Este segundo DADO saiu da garrafa com abundantes cheiros a tosta. Ficou, no ar, a impressão que a madeira dominava um pouco. Após uma longa série de rodopios com o copo, os aromas começaram a mudar a sua forma de estar. Surgiu o fruto. Maduro, suculento, escorreito. Ficavam registadas sensações de bagas a esvaírem-se. Fios de suco com tonalidades que vagueavam por entre o vermelho e o azul. Mina de lápis. Odor de apara. Lousa e xisto. Profundo, quase sem fim. Olhei para dentro do copo e a visão era de infinito.
Parei um pouco, comi umas garfadas. Irromperam, lá de dentro, aromas de alfazema, de hortênsias e de rosas. Ancoram, na memória, passagens de tempos longínquos. Não querendo parecer fingido, suspeitei que tinha acabado de provar um pouco de doce de tomate, saído do panelão (ainda a fervilhar).
O paladar era cheio. Tinha compleição considerável. A associação entre os taninos e a acidez conferiam à boca uma leve secura. Por entremeio ia sentindo um pouco de verniz e cera. Feito para estar na mesa, ao lado da comida. Desenhado para ser bebido com muita calma.
É um tinto sério, cheio de método e ideias. Está para durar, com o fim colocado a boa distância. Nota Pessoal: 17
Post Scriptum: Alguém já provou o DODA?
Parei um pouco, comi umas garfadas. Irromperam, lá de dentro, aromas de alfazema, de hortênsias e de rosas. Ancoram, na memória, passagens de tempos longínquos. Não querendo parecer fingido, suspeitei que tinha acabado de provar um pouco de doce de tomate, saído do panelão (ainda a fervilhar).
O paladar era cheio. Tinha compleição considerável. A associação entre os taninos e a acidez conferiam à boca uma leve secura. Por entremeio ia sentindo um pouco de verniz e cera. Feito para estar na mesa, ao lado da comida. Desenhado para ser bebido com muita calma.
É um tinto sério, cheio de método e ideias. Está para durar, com o fim colocado a boa distância. Nota Pessoal: 17
Post Scriptum: Alguém já provou o DODA?
Comentários
A meu ver a fama e a qualidade continua, só mudou mesmo o nome. Sou pelo teu 17 quer num, quer noutro, e pelas tuas notas também.
Mais te digo, acompanhou lindamente o leitãozinho.
Abraço
Tal como os Dados este Doda precisa de uns anitos em garrafa. Já dá prazer mas vai dar mais.
abraço,
Chêdas
Tb já bebi os dois e a minha opinião é como a do Chêdas, quer um quer outro necessitam de mais uns "bons" anos para se revelarem. Ainda estão, a meu ver, muito agressivos.
Não sei se é inteiramente verdade mas penso que o vinho mudou de Dado para Doda porque a marca já estava registada.AJS
Pessoalmente o nome Dado estava bem mais esgalhado.