Arrisco-me a dizer que gastei, quase, 10€ por causa de um rótulo. Era e é agradável à vista. Deita ares ao passado. Talvez anos 20 (do século XX). As cores são garridas e deslocadas da modernidade. Depois adorei ver escarrapachado Genuíno Branco. É forte. Estão visíveis, ainda, as condecorações. Transborda, por todos os cantos, a nostalgia. Dá ideia que alguém anda, ainda, a conjugar o pretérito.
O vinho branco era completamente anacrónico. Destoava com o tempo corrente. Os sabores e cheiros pareciam ter feito uma longa viagem, vindos de lugares remotos, de outras épocas. Seco, salgado, oxidado e uma singular, ou deslocada, percepção a madeira encerada. De resto, nada de exuberâncias. Parco em sensações, quase frugal. Caramba, que coisa estranha.
Será que estamos perante mais vinho que define um momento, uma cultura? Étnico?
Será que estamos perante mais vinho que define um momento, uma cultura? Étnico?
Post Scriptum: O contra-rótulo refere que pertence à colheita de 2006 e foi engarrafado em 2007.
Comentários
Eu gostei deste vinho que juntamente com o irmao tinto, oferece um factor de diferenciacao sem alterar o factor qualidade.
Abandonaste os pontos?
Um abraco de Praga,
Pedro Guimaraes
Não, não abandonei os pontos. Em certas situações os pontos são um factor secundário, muito secundário.