Em tempos já passados, e sobre vinhos de marca branca, abordei o conceito do preconceito. Referi, mais coisa menos coisa, que era terminantemente proibido falar de determinadas marcas, acrescentemos agora países ou regiões, porque o nosso pretenso bom nome podia perder credibilidade no seio do clube dos enófilos encartados. Como tal, era recomendável não pensar que, eventualmente, pudéssemos gostar de um vinho sem nome, sem glória, sem história e sem aquele suposto pedigree.
Falar de vinhos brasileiros, aqui no nosso pedaço português, é caso raro. São vinhos de um mundo novo, quase desconhecido, e sem o tal necessário pedigree. E os únicos à mão de semear estão sobre a alçada da Dão Sul ou Global Wines.
Foi preciso vir um indivíduo do Brasil e presentear-me com o conhecido Rio Sol, que tantas vezes mirei e nunca comprei, para o beber. Achei o acto ofertante um pouco provocatório. Caramba!
O vinho, em si, provado com enorme desconfiança, acabou por tornar-se numa apraz surpresa.
Ligeiro no aroma e no paladar. Bastante vegetal (que ajudou a combater a comida), parco em fruta, com sugestões terrosas. Acidez alta e secura. Tudo num estilo pouco novomundista. Nota Pessoal: 13
Ligeiro no aroma e no paladar. Bastante vegetal (que ajudou a combater a comida), parco em fruta, com sugestões terrosas. Acidez alta e secura. Tudo num estilo pouco novomundista. Nota Pessoal: 13
Post Scriptum: Um corte de Cabernet Sauvignon e Syrah
Comentários
Do Brasil, quando bebo, prefiro os feitos no Rio Grande do Sul. Os vinhos do paralelo 8 ainda precisam melhorar. A vantagem é que por lá há duas safras por ano para se tentar.
esseeutomei.blogspot.com
De qualquer modo estava à espera de coisa bem pior.
Nota: Os vinhos Rio Sol podem ser comprados em Portugal.
Já agora, porque diz que o Paralelo 8 pode ser a região de referência no Brasil?
Um forte abraço
Rui
abraço
O Paralelo 8 pode ser a referência do Brasil (como referi) e não no Brasil (como referiu).
As referências dos vinhos brasileiros na sua terra, são claramente os vinhos da serra gaucha. Porque foram os primeiros a ter qualidade e por causa do seu poderoso lóbi nos medias brasileiros - veja que recentemente um crítico brasileiro numa prova efectuada no evento Espírito do Vinho comparou o topo de gama da Miolo, Lote 43, com vinhos de média e baixa gama de outras empresas, pedindo no final para o painel se pronunciar sobre qual o melhor vinho...
O Paralelo 8 pode ser a referência do vinho brasileiro no exterior, porque para além de ser um dos melhores 5 vinhos brasileiros, é produzido numa região impensável para o mundo vinícola há uns anos atrás. Só precisa agora de deixar uma marca própria nas apreciações, o que o tempo e a qualidade da equipa que o desenvolve vai fazer que aconteça.
Por desconhecimento (pessoal) e preconceito (assumido), não sabia que o Paralelo 8 estava no lote dos 5 melhores vinhos "verde e amarelo".
Abraço
Dizer que o Paralelo 8 e o Rio Sol são a mesma coisa, é a mesmo que dizer que o Lote 43 e o Miolo Reserva são a mesma coisa. Sei bem que o lobi pró Vale de Vinhedos é grande no mundo brasileiro do vinho, mas vá lá, não vale a pena espalhar confusão.