P'ra fechar o ano, pra deixar este ano de 2010, p'ra começar o novel ano de 2011, brindo com vocês com um espumante tinto do Dão, da sub-região da Serra da Estrela. Diria que é, de grosso modo, um produto regional, focalizado para o consumo das gentes locais. Um espumante com comportamento rural, de aparência campestre, próprio para ser bebido no campo, com comida de tacho e panela. Comida grossa, sem requintes urbanos e pós-modernistas que malfadamente proliferam na urbe maior. Ao fim ao cabo, são prazeres que procuro incessantemente, com o intuito de interpretar as raízes.
O vinho, em causa, fora desta envolvência, estou defronte à lareira com as montanhas nas costas, perde carácter, personalidade. Fica descontextualizado. É para ser bebido aqui e não noutro lugar. Será, assim, melhor interpretado, melhor compreendido. Um puro exemplo de etnicismo enófilo.
Post Scriptum: Este produtor foi, em tempos, sócio da Adega Cooperativa de Vila Nova de Tazem e alguns anos atrás tomou a opção de seguir um caminho autónomo, com a ajuda do enólogo bairradino Rui Moura Alves.
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