Não será, eventualmente, um Douro de primeira linha. Não acompanha, decerto, a fama que outros detêm. Caminha longe, por entre a penumbra, distante dos olhares de enófilos. Merece, no entanto, que se gaste algum tempo na apreciação, na sua interpretação. Creio que serão momentos bem passados, junto de um tinto de carácter simbiótico. Estilo que consegue conciliar, parece-me, a modernidade com o classicismo. Vinho para ser olhado com outro olhar. Com paciência, com sossego.
Aromas e sabores, vegetais, que nos remetem para a terra e para o rio. Com sugestões campestres, fazendo disparar imagens de ervas rasteiras, de pedra, de poeira, de figueira, de amendoeira. Quente e frio. Quente à tarde, frio à noite. Um vinho que tenta preservar uma imagem mais bucólica, mais genuína, mais pura do Douro. Diria que nos faz levar a tempos de outros tempos. Aos tempos dos tempos que passei por lá.
Post Scriptum: Vinho disponibilizado pelo Produtor.
Comentários
Belo artigo!
Abraço!
Abraços cordiais