Sem querer, sem pensar muito, ao beber vinhos da Herdade da Bombeira, faz ressoar, quase sempre, a tal sensação de que estarei perante algo que não é nosso. Acerca-se um certa ambiente oriental, proveniente lá do reino das arábias. Já, agora, terão os árabes bebido vinho? Teria a religião permitido tal pecado?
Vinho dos árabes? Quando penso em Mértola, surgem sempre imagens de turbantes, véus, crescentes férteis, odaliscas, danças do ventre, especiarias, calor, mel, frutos secos, laranjas, limões, seda, sultões e sultanatos, xerifes e xerifados, califas e califados. Soa, tudo, a desconhecido, a estrangeiro e a alheio. Sou, como sabem, sujeito com sangue proveniente de outras paragens.
Aqui, no caso, as sensações do vinho reflectem estados de espíríto mais consentâneos com os antípodas, com a Oceânia.
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