Não existe tempo, nem paciência para depositar conversa oca, sem conteúdo. Está calor, o corpo está mole e preguiçoso. Ninguém lê e ninguém ouve. Existem outras coisas, por ora, bem mais motivadoras.
Mas, no meio de não fazer nada e vasculhando no baú, lembrei-me que existem produtores, poucos, que aguentam a pressão do mercado, retardando, o mais possível, o lançamento dos seus produtos.
Dos poucos vinhos made in pt que provei, na altura, este bairradino foi, quase na certa, dos mais marcantes (que foram, também, poucos).
Rijo, duro, natural, exigente, musculado, desafiante e desafiador. Não é vinho nim, não será eventualmente consensual, ainda bem. Pareceu-me um monstro da natureza, um portento de esperança, de evolução.
O pior da coisa, é que só o veremos, a colheita de 2008, lá para 2013. Jogada arriscada? Veremos. Eu, pelo menos, aguardo com expectativa o seu efectivo e real lançamento.
O pior da coisa, é que só o veremos, a colheita de 2008, lá para 2013. Jogada arriscada? Veremos. Eu, pelo menos, aguardo com expectativa o seu efectivo e real lançamento.
Comentários
No caso dos vinhos da Bairrada (normalmente) essa espera ainda é mais importante ou sai algo demasiado imaturo e que o consumidor não aprecia.
Se é jogada arriscada? Acho que não. Arriscado, e prejudicial, é colocar no mercado vinhos que ainda não têm qualidade e que prejudicam o nome da marca.
O vinho é um negócio de longo prazo. Os produtores têm de ter capacidade para aguentar esses prazos.
Por incrível que pareça, é muitas vezes em regiões de menor nomeada, como a Bairrada e o Dão, que surgem vinhos já "feitos", eventualmente consequência de "estágios forçados", resultados da menor procura por parte dos consumidores.
Curiosamente, em regiões com maior arcaboiço financeiro, acontece precisamente o contrário.