Em conversa com certo companheiro de súcia, enólogo de profissão, debatia-se o que deseja, eventualmente, o consumidor, o que acha o produtor sobre as pretensões desse consumidor, o que a viticultura e/ou a enologia tenta fazer para satisfazer essa malta toda. E as respostas não eram fáceis, pelo contrário, já que o emaranhado de variáveis era deveras enorme.
Não se sabe quem são os consumidores, apenas se tem a leve ideia que, por agora, meia dúzia de almas quer vinhos com menos grau e bem mais elegantes (na verdade não fazendo a ideia do que isso quer dizer). A tal meia dúzia, apesar de ocupar os canais de comunicação, não é suficiente para alimentar um mercado diferenciado.
O produtor, seja ele qual for, quer vender, não é coisa criticável, pelo contrário, fosse eu um deles tentaria ter vinhos que atacassem o maior números de interessados. Algo contra? Ter contas para pagar, e não conseguir, é puro filme de terror. Com as facturas em dia, adega vazia e guito em carteira, talvez houvesse possibilidade de criar um produto diferente, arisco, provocador para as tais alminhas. Alimentava-se, assim, o ego de muita gente.
A viticultura e/ou a enologia andam na corda bamba, para lá e para cá, a ver se conseguem satisfazer tudo e todos. Não é objectivo muito acessível.
E já que se gasta tanto dinheiro, advogo a ideia de contratar para defesa de Portugal a opinião que mais influencie o consumo de vinhos em todo o mundo. Bastava que fosse pago para dizer bem de tudo e de todos. Ora...
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