Decididamente não percebi o que aconteceu na Feira de São Mateus, em Viseu, no passado dia 19 de Agosto, como continuo a não alcançar a política de promoção dos vinhos do Dão, talvez resultado de défice de análise pessoal.
Por cada ano que passa, sente-se maior desorientação, tempo perigosamente perdido, com resultados quase nulos e uma preocupante tendência para imitar vinhos feitos em outros lados. A descaracterização chegou e o preço a pagar, no futuro, vai ser elevado. É que serão sempre cópias e nunca originais.
Por cada ano que passa, sente-se maior desorientação, tempo perigosamente perdido, com resultados quase nulos e uma preocupante tendência para imitar vinhos feitos em outros lados. A descaracterização chegou e o preço a pagar, no futuro, vai ser elevado. É que serão sempre cópias e nunca originais.
Continuo, também, a não entender a proliferação de guerras civis, quase intestinas, entre os diversos actores e interessados. Estaremos a precisar, novamente, de um Viriato, alguém que consiga unir as diversas tribos, em prol de um ideal comum? Como no passado, o verdadeiro inimigo não morava fora, passeava-se e passeia-se por dentro das fronteiras da região. A história parece repetir-se.
Cada um dos players acha-se o maior no seu domínio, na sua quintarola. Existe uma incapacidade, deveras aflitiva, para partilhar ideias, para despir camisolas, tendências e pensar que o sucesso que cada um possa atingir, no momento imediato, não passa de mera ilusão.
O evento "Entre Baco e São Mateus" destinado a promover os vinhos do Dão, junto do consumidor anónimo, pareceu-me simplesmente um encontro entre amigos e amigos dos amigos. Num local distante de tudo, longe, para lá das redes, a denotar vergonha e timidez, estiveram uma boa bateria de produtores e enólogos que apresentavam o melhor que se faz pela zona.
Quais foram, efectivamente, os ganhos do acontecimento? Não teria sido, quiçá, bem mais proveitoso que tal coisa decorresse no núcleo central da Feira, à vista de todos, perto do olhar do mais humilde cidadão? Ou foram, ainda, reminiscências comportamentais de uma burguesia beirã que continua a demonstrar dificuldades em lidar com o povo?
Comentários
Pois parece que não é só por ai que esse mal ataca.
Gostaria de ter estado presente, pois aprecio bastante os vinhos do Dão.
Sem duvida que faria todo o sentido levar tal evento para o centro da acção.
O que aconteceu em Viseu não teve qualquer sentido. No decorrer da feira de São Mateus, em que se podia aproveitar a presença desde o mais humilde consumidor, até ao mais refinado apreciador, optou-se por colocar as barraquinhas dos produtores lá num canto longe do rebuliço da feira.
Não esquecer que, por vezes, dá mais resultado servir um ou mais copos ao povo que compra vinho "mais barato".
Caramba, estamos a falar da famosa capital do Dão.
E ainda para mais num evento desses com tanta visibilidade!
Mas voltando ao tema, os principais responsaveis são os produtores e directores das estruturas do...Dão.
estranho :)