Sem autorização do autor, mas com as devidas vénias a quem de direito, reparei no seguinte comentário que transcrevo aqui na dimensão da blogoesfera: "Os Desafios da Adega organizam visitas a produtores de vinho. Todos os participantes pagam o preço que o produtor pede e muitas vezes ainda compram várias garrafas de vinho (e outros produtos à venda). Além disso fazem-se vários posts na internet sobre o evento e o produtor, além de algum buzz no Twitter e no Facebook durante o próprio evento.
E depois disto tudo ainda tenho de andar eu a correr atrás dos produtores para eles ganharem dinheiro! E depois ainda se queixam que o IVA a 23% vai dar cabo do sector do vinho.
Pois..."
Pois Diogo Rodrigues, neste mundo global e globalizante, sem paredes a marcar domínios destes ou daqueles, não há que pedir por favor a ninguém, e muito menos de joelhos, quando se paga por um serviço que foi ajustado, decidido por quem o presta. Ou se quer ou não se quer. Ou se recebe ou não se recebe. Não há nim.
Vai-se a uma feira, a um mercado, a uma loja, a uma quinta ou herdade, sei lá mais onde, e é-se confrontado, bastas vezes, com o frete de quem atende ou recebe. Ele é visível e ostensivo, sem qualquer preocupação para esconder o quer que fosse. É fácíl, por isso, prever o pensamento mais recôndito de tais personagens: palavrear com a populaça.
Basta não ser amigo de alguém, proprietário, comercial ou enólogo, e fica-se tramado. Até por aqui, o factor cunha, domina a bel-prazer.
E Rodrigo, já ia esquecendo, cada um de nós desempenha um papel relevante na sociedade. Não há posições de primeira ou de segunda. Isso foi no Ancien Régime.
Comentários
O melhor que tinha a fazer era pegar no dinheiro que gasto nestes passeios e comprar uma garrafa mais cara e bebê-la sossegado em casa...
Acho graça ao fastio que muitos revelam quando têm de vender um produto.
permita-me que o trate assim, já que seguramente gosto bem mais do "Rui" que do "Pingus".:-)
O episódio do pargo e do Pera Manca voltou à baila agora, apenas porque ficou "arquivado" como paradigma do uso malvado que alguém pode dar a um vinho que eu adoro mas que, normalmente, fico a adorar de longe, que é o que posso (da Fundação fico-me pelo EA e pelo Cartuxa, e este só em épocas de fartura), e na altura, confesso que quase morri de inveja do pargo.
Peço-lhe que não considere desdém o que é apenas o sentimento que se desperta nas pessoas normais-que-gostam-de-vinho ao verem de uma forma consistente os seus vinhos preferidos, muitas vezes alentejanos, tratados com alguma condescendência ou mesmo sobranceria pela enofilia "esclarecida".
Quanto ao não se levar a sério e estar por aqui por divertimento, ainda bem, já somos dois, gente importante e professoral a querer fazer dos blogs, tratados,é do mais chato que há.
Obrigado pela visita, vá passando pelo Outras Comidas como eu vou passando pelo seu Pingas no Copo, embora saiba que, a maior parte das vezes, terei de ficar a ver, como voyeur...
Um abraço,
Luís Pontes
Desempenho o meu papel de blogger com humor duro e picante, dizendo o que me petece, quando quero e como quero.
É uma seca sermos cinzentos e há muito cinzentismo na blogoesfera.
Um abraço