Entrou-se sem pedir licença, a azáfama nas vinhas e na adega era, ainda, muita.
Calmamente e sem qualquer temor saca-se da máquina, e ao calhas, guardam-se, para memória futura, cenários do momento.
De costas, e meio imbuído em pensamentos longíquos, confrontado por decisões a tomar, surge silenciosamente no caminho Catarina. A simplicidade, a sua genuinidade, desmancha qualquer visitante mais ou menos polido. Recordo, ainda, as suas primeiras palavras: "Não preciso de muito. Os meus vinhos saiem daqui, destas vinhas." Desconcertante, não?
Regressemos ao presente, ao corrente, e sem meias medidas, de copo na mão, salta-se para a prova de mostos, de amostras. O cheiro, esse, indica-nos o caminho a tomar.
Provam-se os brancos. Testa-se o que irá ser o novo Colheita 2011. Está no útero, é claro, mas a denunciar interesse e continuidade no passado.
A novidade, essa, surge no projecto de um branco de Vinhas Velhas. Será um upgrade no portefólio da Quinta da Ponte Pedrinha. Pelo que se viu e sentiu, parece-me que será vinho com muito valor. Que o seu desenvolvimento aconteça sem qualquer percalço.
Viraram-se as mãos, entretanto, para as cubas dos tintos. Um blend de Tinta Amarela e Tinta Roriz que mostrou ser combinação curiosa, cheia de nuances vegetais. E em jeito de apostas, diria que isto poderia dar em algo diferente, meio contra-corrente.
Salpicado de manchas arroxeadas e impregnado de odores lagarentos, avaliam-se os mostos. Estão florais, leves e airosos, maduros quanto baste, directos. Agora, há que esperar pelo fim da jornada.
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