Cansado, irritado e desiludido. Treta, porra de vida. Chega-se a casa, que se lixe o mundo. Coloca-se a arma no descanso, desengatilhada. A família esperava. As crianças sentadas, ordeiramente no sofá, olhavam de lado. Esperavam por uma breve saudação.
Virou-se para a cozinha. Poucas palavras são ditas e reditas. Os temas são recorrentes. Não há novidades. A luz insiste em dar sinais de estar a sumir.
O vinho, de tez tinta, jorrava para dentro do copo. Foi, por momentos, o único som audível. Cheirou-se, sentiu-se, interpretou-se. Soube bem.
Soltaram-se, finalmente, algumas palavras, meia dúzia de interjeições. Mas nada de profundo, nada de importante. E amanhã, é outro dia.
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Abraço amigo