A sociedade esteve, desde tempos que a memória não alcança, carregada de simbolismos. Qualquer acto ou atitude surge-nos, ainda hoje, coberta de sínais mais ou menos abstractos. Alguns deles, na maior parte, parecem-nos injustificáveis, descabidos. São, quase sempre, pertença do íntimo de cada homem, de cada organização. Somos incapazes de os largar. Precisamos deles.
O vinho, produto manipulado, não é alheio a este modo de estar, de viver e de sentir. Homens, por uma razão ou outra, compram-no para comemorar, para relembrar este ou aquele momento. Ou simplesmente para catalizar emoções e sensações. É motivo para juntar e celebrar.
Guardam-se religiosamente garrafas, de determinada colheita, até que um dia se possam abrir, desde que respeitados todos os requisitos.
Chegado o momento, tal acto liturgico, o vinho é servido aos gentios como se tratasse de algo raro e infinitamente precioso. A maçada acontece quando a assembleia não lhe reconhece o valor devido. É que trata-se simplesmente de um vinho. Nada mais.
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PS- Tenho dúvidas que a minha veia enófila esteja tão desenvolvida. Já tive mais certezas sobre essa matéria. :)