Quinta da Bica, o Jaen e o Rufete

Não irei replicar palavras, postulados ou ditos acerca de vinhos diferentes e diferenciadores. Já tive mais certezas sobre este assunto. Por isso o que interessa, para o caso, é traçar simplesmente umas linhas, de extensão reduzida, sobre dois vinhos da Quinta da Bica que estarão à nossa frente a breve trecho.


Os rótulos, remodelados, estão elegantes, mais limpos, com uma simplicidade afrancesada que prende o olhar mais distraido.


Dois vinhos que revelam perfil extremamente fresco, com carácter vegetal bem vincado, que cativam pela suavidade desconcertante, pela coerência de sensações. Tintos que põem um homem a pensar na vida e nos imbróglios que a dita carrega às costas. Que nada é conseguido sem suor, lágrimas e dor. Que nada é fácil.


São vinhos daquele lugar frio, que precisam de tempo e de maturidade. Que não se compadecem, por isso, com abordagens frívolas e levianas que apelam, por estes dias, ao genuíno e ao clássico. A coisa pode não parecer, mas é mais séria do que se julga.

Post Scriptum: Vinhos provados defronte para a montanha, a olhar para o granito.

Comentários

paulo disse…
A montanha esmaga-nos na sua grandiosidade, o frio molda-os... Resta a procura incessante do simples em toda a sua complexidade! A diferença não se procura, respira-se...
Pingas no Copo disse…
Paulo, por vezes basta deixar a Natureza seguir seu rumo...
Antonio Madeira disse…
Estiveste a 100m da vinha de que trato ;)
Pingus Vinicus disse…
António, essa vinha merece que façamos juntamente com o Paulo com vista demorada...
Aquele abraço