Exclusivo, diferente e de nicho

Ao passar as vistas pela Revista de Vinhos do mês de Novembro, detive-me, com alguma atenção, num artigo alusivo a novos produtores. Notei que epítetos como nicho, exclusivo, exigente, valor acrescentado, eram incessantemente repetidos. Mas não é situação única.
De uma assentada, começaram a esvoaçar, por todos os cantos, palavras, categorias e nomenclaturas que apelam ao tal exclusivo, ao nicho, ao exigente, sendo que começo a encharcar-me de dúvidas se há assim tanta gente exclusiva, diferente e que viva num nicho.


Se o mercado global está apertado, como todos sabemos, imaginemos aquele que pretensamente não o é, por ser, isso mesmo, de nicho e exclusido. É uma simples questão de número e de contas. Se há pouco, logo não pode haver muito. Certo?
Se, de um momento para o outro, todos começarem apontar as suas baterias, os seus esforços, para o tal mundo exclusivo, diferente e de nicho, o resultado será, novamente, o de um amontoado, sem solução e esgotado. Digo eu.
 

Comentários

Alberto Silva disse…
belo post, rápido e divertido.
Anónimo disse…
até mesmo falido...