Reza a história, e diz quem provou e quem não provou, que era prática usual combinar lotes do Dão com lotes da Bairrada, juntando a Touriga Nacional com a Baga. O resultado, também segundo as mesmas fontes, era o de vinhos complexos, extremamente elegantes e com uma longevidade (quase) ímpar em Portugal. Sintomático desta prática, são os enigmáticos vinhos Bussaco. Por esses tempos, os vinhos do Dão e da Bairrada eram os mais afamados.
E recentemente, surge no horizonte Filipa Pato com as suas interpretações das antigas garrafeiras arquitectadas com a Touriga Nacional do Dão e a Baga da Bairrada.
Naturalmente, as Caves de São João pertencem ao ancião grupo de engarrafadores que se entretinha a misturar o melhor de duas regiões: Dão e Bairrada. E de lá saíram, segundo os conhecedores da coisa, alguns dos melhores exemplares.
São vinhos que parelham brilhantemente com a comida de panela, que limpam o palato e que equilibram a balança entre sabores e cheiros, enquanto se está à mesa em ritual de alambazamento. Vinhos que quase não se sentem. Defeito? Claro que não. Virtude.
Este que foi ilustrando o sermão de hoje, por sinal chocho, tenta recuperar em pleno século XXI, tais hábitos do passado. Depois, perdoem-me aqueles mais empoeirados, é fácil de ser descoberto em locais populares ou popularuchos e consequentemente comprado. Por menos de sete euros, temos vinho de (muita) categoria.
Comentários
Muito me apetecem os vinhos das Caves São João, sejam eles da Bairrada, ou do Dão! Mas uma pena que nos chegue aqui, esta mesma garrafa que mostras, por polpudos 50 dólares!
Abraços,
Flavio
Abraço