O nome que titula o post, e o vinho, dá azo a uma conjunto quase infinito de pensamentos, de desabafos, de tiradas mais ou menos filosóficas. O vinho e o seu nome têm este efeito. Perfeito para gajos, como eu, que perdem tempo (imenso) a brincar com as palavras, com as vírgulas, com a pontuação.
Dei comigo, sem qualquer razão aparente, a reler mentalmente a Utopia de Thomas More, constatando que as fantasias de juventude, adormecidas, não morreram. Queremos ou desejamos, apesar das contrariedades factuais, alcançar um estádio de evolução, de maturidade perfeitas, onde as peças possam caber, encaixar de forma milimétrica, como se estivessem destinadas, desde a nascença, a ficar juntas.
A porra da coisa, é quando o envencilhar da vida vai contrariando os sonhos de um homem. Deseja-se tanto, espera-se tanto e tão pouco acontece. Por vezes, é-se tramado pela desgraça, pelo trauma, pelo infortúnio.
Até ao final dos dias, ambiciona-se que tudo acabe bem, tal conto de fadas, em que o sapo viscoso se torna príncipe após o beijo de uma mulher com tez clara, ainda sem a mácula do pecado.
Finda tantas palavras, estarão os ávidos impacientes por não encontrarem qualquer relato sobre cheiros e sabores, sobre taninos e assuntos afins. Estarão, por certo, a desdenhar de tamanha lengalenga que nada diz. Por certo, estarão certos. Mas creio que, antes de tudo, estarão tremendamente errados. É que o vinho, este vinho, é grande de mais para ser levianamente interpretado, porque veio de Utopia.
Comentários
Abraço,
Ricardo
Em primeiro lugar parabéns pelo texto,agradecia que me informe caso seja possivel onde posso adquirir este ou outro tinto de anos diferentes, pois estou interessado em prová-los.
Desde já obrigado.
mail: ldiogo@sapo.pt
Tente a garrafeira nacional, as coisas do arco do vinho, a delidelux...
Um abraço e obrigado