Em dia que pouco havia por fazer, para pensar, para decidir, urgia gastar o tempo que faltava. De cabeça oca, sem qualquer orientação, constantemente massacrado por erros e opções erróneas e sem um fim à vista, nada melhor, digo eu, do que embrenhar-me em tarefas simples, prosaicas, mas anestesiantes da dor.
Pegou-se em pão, em queijo, umas azeitonas e azeite, umas ervas, umas tiras de toucinho e vai-se deambulando por entre pensamentos estupidamente imbecis, delirantes, mentirosos e falsos...
Olhei para o que tinha à frente e precisava de um vinho, de algo que fosse amolecendo a fúria, a vontade de saltar do carro. Um vinho, pois claro, um vinho. Um vinho da terra.
Um vinho despido de enfeites, singelo, mas cheio de empatia. Um vinho escorreito. Um vinho que ajudou a sumir os nós da vida. Enquanto durou, tudo parecia ter mais lógica, mais sentido. O pior aconteceu, quando acabou...
Comentários
O VV é um belo vinho, que não me farto de beber :)