Por vezes, tal como em tantas coisas da vida, afastamo-nos de determinados vinhos, sem qualquer razão aparente. Distanciamo-nos de forma inconsciente, acabando por estar anos sem os beber. E as causas são inexplicáveis. Nós, interiormente, tentamos justificar o injustificável. Está démodé, já não é novidade, querem-se outras coisas novas e mais fashion.
Ao coberto de um impulso (raro) de consumismo desenfreado, pegou-se na garrafa, meteu-se debaixo do braço e volveu-se para casa. Tinha destino traçado. Fazer de cicerone num lanche neo fast food. Chips, tostas e patés. Um prelúdio para a noite, uma antecâmara para o regabofe que se seguiu.
E o vinho, meu senhores, fez arregalar os olhos a todos os presentes e ausentes. Um vinho que soube pela vida que já lá vai e pela aquela que há-de vir. Um vinho que estupidamente deixei de beber. E com isto, não voltarei a cair na esparrela de esquecer vinhos como este, apenas por causa de querer andar na crista da onda, a correr atrás dos putos. A maturidade é, também, qualidade para louvar.
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The life is good ;)