Sem qualquer tese defensora da tradição ou das castas portugueses, e por que é assunto que não domino, direi que há muito andava atrás deste vinho. Várias eram as razões que alimentavam tamanho apetite.
Feito com uma das castas da moda: Pinot Noir, ser do Douro, gostar do nome do vinho e sei lá mais o quê. O resto são deambulações pessoais que para o caso não interessam.
Um vinho perfumado, aparentemente com o (elevado) álcool dominado, que sabia bem, que escorria bem pela garganta. Que acompanhava a comida, que foi jogando sem sobreposições. Um bom vinho. Perguntar-me-ão, por certo, se respeitava as características organopléticas (epá, adoro esta palavra, torna a coisa mais emproada, não acham?) da casta. E eu respondo-vos, sem qualquer pejo ou receio, que não sei. Sei que gostei do vinho.
Como tal, e em jeito de remate final, direi que aconselho, que irei comprar, que irei repetir. Parece-me suficiente, não acham?
Comentários
Bem sei que outros o saberão melhor, mas parece-me que o Pinot Noir, dá-se bem com os ares de Sintra e arredores. Pelos menos já provei alguns Pinot's da região e são todos optimos. Embora o meu ponto de comparação seja os supra-referidos e um espécime alentejano, o Herdade do Meio de 2004. Fraco consolo, é certo mas é o que se arranja...
Acredito que em climas mais frios e atlânticos se dê melhor o Pinot Noir. E tenho ouvido a falar francamente bem do Pinot da Quinta de Sant'Ana. Infelizmente, ainda não bebi.
Curiosamente, não sou um grande apaixonado pelo Pinot da Herdade do Meio.
comprei uma duzia de garrafas deste vinho precisamente a 1 ano. Resta uma na minha pequena garrafeira...gostei sempre, escorre bem, cheira bem e sabe bem. Hum...cheira-me que este fim de semana vou ficar sem a ultima...cumprimentos.IL
reportei uma prova que fiz aqui
http://forum.revistadevinhos.iol.pt/viewtopic.php?f=2&t=2660&hilit=pinot+noir
Cumps.
J Freitas
Para ser sincero não apreciei vinho principalmente tendo em conta o que paguei por ele.
Já provei alguns Pinot tais como o Casa do Cadaval 1996 e 2008, Quinta do Rol( não recordo o ano, foi na EVS) , Quinta de Sant'Ana 2010, Quinta do Cidro 2010(na EV) e o Aneto 2008 e 2009. De todos estes os que me agradaram menos foram o Olho no Pé e o Aneto 2009 e os que mais apreciei o Casa Cadaval 1996(bebido o ano passado) e o Quinta do Rol.
Cumprimentos
Bruno Santos
A titulo pessoal, não conhecia o vinho que titula o post, como tal gostei dele.
Devo-lhe dizer que conheço o Casa do Cadaval e pessoalmente, gosto mais deste Olho do Pé :)
Agora fala num Pinot Noir, Quinta do Rol, que segundo consta é muito interessante!
Cumprimentos e continue a participar.
Quanto ao uso ou não de castas “da moda”, pessoalmente sou contra o uso indiscriminado, só por haver procura no mercado. Acredito que se devem adequar as castas (e a viticultura em geral) ao terroir que se tem, senão o risco de as coisas não resultarem é bastante alto.
É o caso do terroir que trabalho. Sim, é no Douro, mas um Douro que a maioria dos consumidores não conhece. Um Douro em altitude (quase nos 700m), bastante mais fresco do que as encostas ao longo do rio, e com solos baseados numa mistura de granito e xisto.
Sendo assim, e tendo ainda por cima uma encosta virada a Norte para explorar, são poucas as castas tintas capazes de “brilhar”. E falo em castas tintas por uma razão: cresci a ouvir que a zona em questão era má, nunca iria produzir vinho de qualidade,... Ora, juntando a minha paixão pessoal ao Pinot noir (adquirida noutras paragens do Planeta), à determinação de “quebrar” este estigma, o resultado está aí. A minha forma de expressar um dos muitos terroir do Douro, através de uma casta não nativa.
O gostar ou não do vinho, deixo aberto a discussão.