Álcool: O Maldito

Chamem-me doido, maluco, deslocado da realidade, incoerente e sei lá mais o quê. Chamem-me tudo e mais alguma coisa. Na verdade, já ninguém me leva a sério. E fazem muito bem.



Anda tudo doido e aflito com o maléfico grau alcoólico dos nossos vinhos. Anda tudo a rezar, de joelhos e de cócoras, para que baixem o maldito e que façam vinhos, façam o favor de o fazer, mais contidos. É que a malta também anda farto disso. É que assim não dá para aguentar as longuíssimas provas. Perdoem-me, as jantaradas. Ninguém aguenta.



Dando mais uma farpada, só mais uma, devo-vos dizer que comprei este vinho, que ilustra a coisa, por causa, e vejam lá, do álcool elevado: 14,5%. E ainda por cima num branco e num branco do Dão. Que sortilégio, que maldade. Pior, ainda, é que gostei, e usando linguagem portuguesa com sotaque: Gostei pra caramba.

Comentários

Anónimo disse…
Caro percebo a provocação...Mas parece-me que um vinho com menos álcool resulta mais agradável porque se pode beber um pouco mais sem levar com uma marreta na cabeça.
Creio que a extracção dos vinhos também esconde às vezes fragilidade da sua estrutura.

Gosto muito, por exemplo, dos vinhos do Priorat que normalmente têm 14-15º não é por isso que deixo de gostar mas se tivesse 13-13,5 seria melhor.

Cumps
J. Freitas
Pingas no Copo disse…
Claro que sim. Mas acho que por vezes, caímos em excessos desnecessários.

Um abraço