Terra a Terra

Fim de semana. Esbarrámos, finalmente, no fim da semana, no dia que o povão deseja encatrinar até mais não. É a altura para descarregar de cima do lombado tudo o que pesa. E o fardo, acreditem, é cada vez mais pesado.



Apetece, tal lavrador no final da jornada, sentado na Terra que lavrou e cuidou durante dias e horas, comer a bucha merecida e olhar para trás, ver a quantidade de Terra que trabalhou. Por vezes, Terra que não é sua, que não lhe pertence, que é de um qualquer senhor.

Não querendo comparar entre tintos e brancos, tenho que dizer que apreciei amplamente o Branco. Um vinho do Douro, onde se sente o Douro, os seus cheiros e os seus aromas.

O cenário, inventado por mim, é facilmente replicado noutras dimensões, noutras realidades, noutras vidas. Todos, julgo eu, trabalhamos a Terra, retiramos o sustento, o pão que nos enche a barriga, a uva que faz o vinho. Vinho que alegremente nos coloca ébrios. E se for daquele do bom, daquela cepa em particular ou daquela Terra em especial, vai saber incomensuravelmente melhor. 

Post Scriptum: Os Vinhos que ilustram o post de hoje foram oferecidos pelo Produtor.

Comentários

Hugo Mendes disse…
Meu caro,
Esse vinho e essa descrição combinam muito bem. Lembra Torga, nas suas deambulações descritivas da dureza transmontana.
Abraço!
Pingas no Copo disse…
Hugo devo-te dizer que recordei Torga.

Um abraço