1995: Tinto Velho

O ano de 1995 foi miserável do ponto de vista pessoal. Não recordo nada de interessante, algo que valha a pena relembrar com orgulho e brio. Já tinha alvitrado qualquer coisa sobre o assunto aqui. Foi um ano repleto de asneiras, de passos mal dados, com decisões erradas. Diria, antes, com uma porrada de indecisões. Foi, o que se pode dizer, um annus horribilis. 


E a cada trago de vinho, a sensação de vazio era ainda maior. Minutos a fio a olhar para o rótulo, para o copo e népias. 1995 é, segundo parece, um ano que não existe ou existiu e/ou que não conta para mim. O que (nos) faz a mente. 


Salvou-se o momento com o vinho. Um vinho que marcou, isso sim, felizes episódios na alvorada do século XXI, que alimentou momentos de pura reflexão, de pura esbórnia, de tristeza, de tudo e de nada. Um vinho destinado, anos mais tarde, a marcar a vida. A minha.


E este vinho, como em outras tantas situações, sustentou, mais uma vez, uma daquelas ocasiões em que tudo é possível, em que tudo parecia fazer novamente sentido. Ao contrário do remoto ano de 1995.
  

Comentários

Unknown disse…
Mais uma vinho, do Alentejo, de outro ano, que também, esse ano, foi considerado, annus horribilis.
No entanto saiu impressionantemente BOM.
Tipo Pêra Manca, para mais barato.
Ele é o T da Quinta da Terrugem 2002.
Existem atualmente pouquíssimas garrafas no mercado português.