Comprei o vinho por razões que não têm razão. Aparentemente comprei o vinho, porque apeteceu descolar-me do que geralmente gosto. Escolhi o vinho, vejam lá, porque era chardonnay e porque vinha do tal presumível novo mundo. E nem a rosca que enroscava o vinho irritou no momento. Um rol de contradições. Mas adiante no desenlace.
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Garrafa vazia! Sinal de satisfação |
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A estampa comemorativa. |
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Com fruta, com estilo, fresco, desenvolto, que se bebe descontraidamente, que não maça. Curti francamente o vinho. |
Comprei o vinho sem ligar ou dar qualquer relevância a um selo que estava afixado acima do rótulo. Literalmente nem li. Tomei atenção, vejam lá outra vez, quando estavam a cair os últimos resquícios do vinho no copo. O tal selo, de cor dourada, dizia simplesmente: Celebrate our 50 th Vintage. Era, afinal, algo comemorativo, alusivo à empresa em causa. Detive-me, por tempos, a olhar para o numeral ordinal e a matutar no seguinte: Quais serão, por exemplo, os produtores made in Portugal encartados, com rótulo e a engarrafar, que tenham feito, até este momento, cinquenta vindimas anuais? Cinquenta vindimas, são cinquenta anos de actividade. São cinco décadas, é meio século. Talvez o Novo Mundo não esteja nos antípodas, mas por estas (nossas) bandas. Se calhar.
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