Estava para aqui em período de preparação laboral, em momento que antecede a labuta, vendo como encadear isto ou aquilo aos miúdos, se vou por aqui ou por ali, se insisto nas expressões numéricas per si ou se volto aos temerários problemas, quando dei comigo a dar uma rápida volta matinal pelas novidades do dia.
No meio de tanta coisa que fui observando, reparo que há uma mania ou uma tendência instalada, quase levada à saturação, na utilização dos conceitos relacionados com nicho, de pureza, de respeito, de tradição, de identidade, de regresso ao passado. Começo, não serei o único, presumo, a ficar baralhado com o que isto quer dizer, na verdade, com o que realmente quer dizer todo aquele conjunto de epítetos tão bonitos de soar ao ouvido ou de ler numa noite de paixões.
Porque à medida que vou andando na vida, envelhecendo e relegando tanta coisa para segundo plano, começo a pensar que já não tenho cabeça para tanta nuance enófila. Só quero um bom vinho ao final do dia. Nada mais.
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