Vamos, (in)conscientemente, colocando uma pedra, um bloco em cima de outro. Vamos lentamente subindo a parede, com maior ou menor velocidade, consoante o estado da alma, que julgamos ter.
Por múltiplas razões, entretemo-nos a reforçar a barreira, elevando-a, de tal forma que o horizonte vai ficando vedado e sumido.
Coloca-se mais um bloco, cimenta-se por cima dos outros, com intuito, apenas, de criarmos um mundo nosso, protegido das maleitas exteriores, longe de tudo. Passamos a ouvir, somente, sons difusos e incaracterísticos. Que estão do lado de lá. O céu, no alto, fica confinado, apenas, ao perímetro.
Tal criança, num canto do quarto, passamos a brincar em silêncio, vivendo realidades ou irrealidades, onde desempenhamos todos os papéis. Longe do que se passa do outro lado do muro. Protegido...
Comentários
Sim. Há sempre, pelo menos, dois muros. E tanto de um lado como do outros está a razão.