As Vinhas e os Vinhos de António Madeira

Entre o sonhar ou desejar e o fazer vai um valente passo. Um passo que, todos, recusamos dar, optando por passar a vida carpir palavras ou expressões de sofrimento. Preferimos, por ser mais fácil, a resignação, o encolher dos ombros e escudar-nos em múltiplas desculpas.

Um vinho profundo, muito fresco, com muito carácter.
Independentemente do que achamos dos vinhos, do projecto, se gostamos ou não, creio que é meritório que alguém sem conhecimento, um autodidacta, sem história no mundo do vinho, abrace à sua maneira, com a sua visão, um sonho, um ideal e o tente concretizar. E poucos, parece-me, o conseguem. Raros são, também, aqueles que nutrem uma paixão exacerbada por uma região, ao ponto de não terem vergonha de escarrapachar com letras garrafais o nome dela, relegando para segundo plano a sua chancela, a sua marca. 

Um salto qualitativo em relação à primeira colheita. O branco de dois mil e treze está muito interessante, cristalino, limpo e muito profundo e que parece ter arcaboiço para aguentar no tempo.
A par de outros produtores, de maior dimensão, mencionou, logo que foi possível, o nome da sua sub-região: Serra da Estrela. Fê-lo, antes de mais, porque acredita no território, nas suas potencialidades, no carácter vincado da sua orografia. A seu lado está um grupo de amigos que a diversos níveis o tem ajudado, que lhe vai dando pistas, caminhos alternativos, opções, ideias com o simples objectivo de o ver singrar, de ter sucesso. A palavra final, naturalmente, é dele.

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