Não querendo explanar um discurso demasiado elitista, devo dizer que conhecer a Herdade do Mouchão, a sua génese, o seu percurso e os seus vinhos, faz parte das obrigações de qualquer tipo ou tipa que goste do vinho.
Debaixo de um ambiente bucólico, cerceado por paredes caiadas e pelas leves ondulações do terreno, foi possível perceber que estávamos perante algo muito especial, onde os vinhos pareciam ser feitos quase à antiga, de forma minimalista, onde os lagares e o engaço fazem parte, ainda, da feitura do Mouchão. Pessoalmente, assumo, não estava à espera de ser confrontado com um processo tão pouco interveniente, com laivos de tipicidade e tradição. Mea culpa.
Sobre os vinhos, apraz dizer, não querendo alongar a prosa sobre o estado de cada garrafa/vinho, que foi perceptível em todas as colheitas, a frescura, a presença do tanino, os toques balsâmicos, a complexidade. Um conjunto de atributos que, de uma forma geral, não são identificativos dos vinhos do Sul. Ainda assim, registo para memória futura as colheitas de 1985, 1995, 1996 e um estrondoso 2002, servido em garrafa Magnum. Não esquecendo, naturalmente, a emblemática colheita de 1963.
Comentários
Belas fotos! Sou fã incondicional dos vinhos da Herdade do Mouchão e ainda quero visitá-los. Na semana que se passou, bebi um Mouchão Tonel 3-4 2008 que estava uma maravilha. Vinho senhorío, marcante, que se mantém na memória por muito tempo.
Abraços,
Flávio
Um abraço
Buchwald