E o ano encaminha-se para o fim e tudo foi quase igual como sempre. Nada de novo. Resumindo-se ao mesmo de sempre. Vinhos e mais vinhos. Provas e mais provas, com mais ou menos convites. Fotos e mais fotos. E lá andamos, todos, numa fila indiana mais ou menos organizada, com mais ou menos cotovelada. Faz parte.
Registo aqui no escaparate e para a posteridade, a minha, um dos vinhos que mais prazer deu na altura em que foi apresentado ao público. Andava esquecido nas calendas.
Este vinho, entre outros, marcou um preríodo em que o mundo enófilo estava a despoletar de forma fervorosa, em que se falava de vinho de forma mais solta e sem qualquer constrangimento. A novidade era mesmo novidade, bem ao contrário do que acontece actualmente. Na verdade, naqueles tempos, tudo ou quase tudo parecia bem mais genuíno, bem mais inocente. Parecia. Autêntica Primavera.
Passados largos anos desde que o bebi pela última vez, foi com enorme surpresa que me apareceu pela frente. Este vinho não era e continua a não ser um vinho de modas. Era e é um vinho profundamente elegante, fresco e fino. Um vinho saudavelmente frio e estruturado para se beber do primeiro ao último copo. Um vinho tinto cheio de vida, que deu gozo enorme, que descontraiu de forma inusitada. E com isto tudo, já passou uma boa porrada de anos.
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