Apetecia-me dizer alarvidades, mas tentarei ser controlado na prosa e ela terá o valor que lhe quiserem dar. Adiante na prelecção que o que importa são outras coisas.
Quando falamos de Touriga Nacional e no que ela nos pode ou não oferecer, acabamos todos a debitar lugares comuns, palrar frases feitas e ideias pré-concebidas. Pouco sabemos.
Estamos aqui perante um vinho profundamente seco, muito fresco, com um carácter vincadamente vegetal, onde a fruta, a madeira e a doçura parecem não existir de todo. Se existem ou existirem estarão relegadas para lugares muito subalternos, bem lá no fundo da plateia.
Atreveria-me a dizer que será, neste momento, dos poucos exemplos, quiçá uma memória quase perdida, do que terão sido eventualmente os vinhos do Dão, no passado. Olhando para o rabisco que escrevi na altura, há quase três anos, devo dizer que não é preciso dizer mais. É vinho de memórias perdidas e uma muito feliz e desviante interpretação da Touriga Nacional.
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