Surpreendeu? Sim. Era um estrondo de vinho? Não, certamente. Mas o que importa? O que importa é a forma como o vinho foi cativando, a maneira como se foram apreciando (todas) as suas virtudes. Relevante foi o modo como se estabeleceu e reforçou a relação com ele. Sem pressas.
Estranha-se, talvez, no início. Acha-se, até, que não é nada de mais, que servirá apenas de curiosidade. Que não valerá a pena despender (muito) tempo com ele. O tempo encarregou-se de provar o contrário.
Um vinho que apetecia farejar e deglutir até ao limite das possibilidades de um e do outro. Diria mesmo que existia ali qualquer coisa de sensual, de insinuante, de feminino. Com uma delicadeza estonteante. E socorrendo-me das minhas habituais expressões superlativas, cheias de tiradas sem nexo e sem fundamento, diria que tinha ali, definitivamente, o vinho da noite, apesar de não ter sido o melhor vinho. Incoerências, mais uma vez.
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