Parece-me que a malta muitas vezes, falo por mim também, não sabe ao certo o que quer, não sabe muito bem o que dizer. Atira para o ar com o intuito de convencer os outros que tem razão e que está certo. Eu faço o mesmo.
E imbuído deste espírito muito português, atrevo-me a dizer que este vinho encarna o que o Dão tinha, o que o Dão era, o que o Dão foi. Começa a ser pouco frequente apanhar um vinho tinto que me faça reportar a uma época que não sei muito bem qual era, mas que gostava profundamente.
Uma época em que os vinhos eram profundamente frescos, intensamente elegantes, que se bebiam até ao fim, sem esboçar a porra de um bocejo de saturação. Sem ficar desiludido ou a meia missa. O tempo também se encarrega de nos dizer quem é quem, quem teve estaleca para aguentar a viragem dos anos. Tipo aquele algodão que não engana.
É disto que quero, que falo, que pretendo. Infelizmente, em todo o país e mais a sul, começa a rarear. Bom, aqui e além, parecem surgir novas ideias, novas apostas, principalmente para umas bandas meio perdidas, longe de tudo e de todos. Vamos ver se pega moda.
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