Quinta de Foz de Arouce: de 1996 a 2016

Há coisas do caraças. Um simples vinho com vinte anos de idade, leva-nos num ápice a parar com os ponteiros do tempo e recambiar para trás. Faz-se uma breve revisão de vinte anos de vida. Relembra-se, sem qualquer esforço, o que aconteceu em mil, novecentos e noventa e seis. Porra, naquela altura o sonho ainda comandava a vida. Ainda. Com muita coisa já metida nas gavetas, é certo, mas ainda havia aquela sensação que talvez fosse possível dar a volta ao texto.


O angustiante disto tudo é ter percebido, quando os ponteiros do tempo voltaram a rodar, que estou vinte anos mais velho, com menos vontade, com muito menos expectativas sobre tanta coisa e sobre tanto assunto. Está-se naquele estado de deixar rolar as coisas simplesmente, não julgar, não planear, não pedir nada. E profundamente desconfiado com as intenções dos outros. De pé atrás, como o povo costuma dizer.


Bom, o que importou é que o vinho estava com mais força e garra que eu. É o que interessa ao fim ao cabo, para aqui. Para beber aos copos, sem parar e sem complicar muito.

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