Sem qualquer pudor ou cuidado nas minhas palavras, arrisco dizer que pareceu-me estar perante um vinho com uma estrutura, com uma complexidade, com uma frescura que, durante largos momentos, não me deixou vociferar qualquer coisa. Ímpar. Porra, isto era bom. Muito bom! Na verdade, o melhor vinho é aquele que nos cala, que nos impede de escrever longas e inúteis descrições. Ou é ou não é.
Não é vinho para quem procure exotismos, imediatismos ou outro qualquer quejando mais moderno, mais urbano ou aprecie silicone. Tem arestas, tem tanino e tem muita personalidade. É vinho. É um grande vinho do Dão que é capaz de durar mais, quiçá, que os demais. Aposto. E no meio de alguma preocupante normalidade nacional e regional, começa a ser raro beber qualquer coisa que me deixe, vá lá, surpreendido. Surpreendido, satisfeito, contente e alegre fiquei eu, depois de ter bebido a garrafa toda.
E a quem ficou embuchinado ou agastado com tamanhos comentários, siga em frente. São coisas minhas. Aos que estão fartos é só desligar as notificações. Que isto é capaz de piorar.
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