Vai cair o Carmo e a Trindade. Vai ser bonito, vai vai.
Foi mais uma prova organizada por quem (JCL) não tem qualquer relação com o sector. Foi idealizada por quem não tem qualquer ambição em ser qualquer coisa no sector. Estiveram presentes indivíduos com os mais diversos gostos, carteiras, tendências e opiniões. Gente que gosta de beber, sem preconceitos e aprecia acima de tudo a liberdade de expressão, independentemente se vai de encontro a uma maioria ou não. Os vinhos foram comprados no mercado, deu-se por eles o que foi pedido.
Feito o enquadramento, resta dizer que o que será escrito aqui é da inteira responsabilidade do autor. Não importa o que os outros acham ou deixam de achar. O que importa é o que penso e o que acho. Os comentários irão situar-se, por isso, no universo do estritamente pessoal.
Falar de Quinta do Vale Meão é falar de uma das marcas mais reconhecidas, mais idolatradas que o nosso país tem no que respeita ao vinho. É inquestionável que os seus vinhos são badalados, são falados e premiados repetidamente. E ainda bem que isso acontece. Mais produtores houvesse. Mais houvesse.
Mas que conclusão a tirar de uma prova em que se percorreram todas as colheitas existentes? Estamos a falar de um produtor que consegue meter no mercado um topo de gama desde 1999. Quantos o farão? É obra e é de registo.
Arrisco a dizer que fiquei a meia missa, confuso, indeciso. Não consegui soltar, desculpem lá, um laivo de admiração, não consegui sentir aquele nervoso miudinho de estar a beber um dos vinhos mais icónicos do país. Não quero saber se custaram x ou y, o que importa ou importou é que, apesar de reconhecer qualidade intrínseca, não consegui, por impotência e incompetência, ficar arrebatado. É esta dimensão, repito, que me interessa. Claro que houve colheitas que gostei, como também tive desilusões com anos que tinha como referência: 2001, por exemplo. Mas foi pouco. Esperava por mais, queria mais. Desejava mais. Fiquei insatisfeito. Vá prontos, podemos dizer que estas garrafas não estariam, não estiveram acondicionadas nas melhores condições, influenciando o resultado final. Admito que exista sempre uma variável que seja a justificação para tudo e ao mesmo tempo para nada.
Mas que conclusão a tirar de uma prova em que se percorreram todas as colheitas existentes? Estamos a falar de um produtor que consegue meter no mercado um topo de gama desde 1999. Quantos o farão? É obra e é de registo.
Arrisco a dizer que fiquei a meia missa, confuso, indeciso. Não consegui soltar, desculpem lá, um laivo de admiração, não consegui sentir aquele nervoso miudinho de estar a beber um dos vinhos mais icónicos do país. Não quero saber se custaram x ou y, o que importa ou importou é que, apesar de reconhecer qualidade intrínseca, não consegui, por impotência e incompetência, ficar arrebatado. É esta dimensão, repito, que me interessa. Claro que houve colheitas que gostei, como também tive desilusões com anos que tinha como referência: 2001, por exemplo. Mas foi pouco. Esperava por mais, queria mais. Desejava mais. Fiquei insatisfeito. Vá prontos, podemos dizer que estas garrafas não estariam, não estiveram acondicionadas nas melhores condições, influenciando o resultado final. Admito que exista sempre uma variável que seja a justificação para tudo e ao mesmo tempo para nada.
Resta, em jeito de alinhamento final, elogiar mais uma vez a tenacidade e o voluntarismo de quem gosta de vinho e consegue organizar uma prova deste nível. Um prova que foi marcante, a todos os níveis. Uma prova que fez pensar, mais uma vez, a pouca importância que tem se A ou B são amplamente reconhecidos, se em determinado momento não conseguir largar aquele grito (UAU) de satisfação que estava à procura. Não consegui. Uma forma redutora de olhar para o assunto? Acredito, mas é a minha.
Comentários
Algo a se pensar!
Se calhar não tinham capacidade de envelhecimento, o que se calhar, visto agora, já não será assim tão surpreendente.
Na passagem de ano novo bebi o 2008 que abri no dia 30 para ver como estava. Acabado de abrir o vinho estava quente e desequilibrado. Tirei um copo e voltei a rolhar a garrafa. No dia seguinte ao jantar o vinho estava muito bom.
Cada vez me convenço mais que os vinhos valem o que nós dermos por eles em atenção. Estou a começar a abrir agora os 2007 do Douro e a maior parte dos vinhos precisa no mínimo de uma hora de decanter mas a maior parte dos vinhos não está pronta para ser bebida.
Se tivesse bebido o Vale Meão 2008 logo no dia tinha ficado desiludido. Assim fiquei convencido. Mas a culpa muitas vezes é do sector. Quantos produtores visitamos que estão a mostrar 2011,12,13 e 14 sem sequer decantar acabadinhos de abrir?
Con tanta prova é preciso concluir alguma coisa: os vinhos de topo precisam de atenção e cuidado para mostrar todos os detalhes com que foram feitos. Independentemente disto há muitos barretes mas para mim não é certamente o Vale Meão.
Abraço,
quando organizam uma vertical?
Jilson