Este é um exemplo quase perfeito daquilo que pretendo de um vinho feito com castelão proveniente de vinhas velhas ou de outra coisa qualquer. Um vinho sóbrio, sem a porcaria das extrações e mariquices que deram cabo da Península de Setúbal. Ok, já sei a malta gosta e compra. Eu não gosto, logo não compro.
Este vinho, pouco importa se é assim ou assado, se tem isto ou aquilo, teve a amabilidade (obrigado, pá) de trazer à memória um estilo que quase já não existe aqui na Península. Um estilo, uma forma de estar que muitos de nós não faz ideia do que é, mas acha que sabe.
Um vinho profundamente vegetal, bem equilibrado, afável, bem balanceado e fresco (não, não é engano). Meio clássico. Um vinho que foi sendo bebido, sem que um gajo fizesse caretas de cansado ou de frete. É um vinho de estrondo? Não, não é e ainda bem.
Finda a garrafa, questionava-me porque é que não havia mais disto, mais vinhos deste estilo, que furasse o bloqueio imposto pelos vinhos ermelindizados e quenderizados. Porquê? Mas porquê? Porque é mais difícil descomplicar, tornar simples. Mas ao fim ao cabo o que me importa mesmo é que gostei desta porra. Soube-me bem, pá.
Comentários
O "ermelindizado" eu entendi bem, e concordo (não apenas para o Mimosa...). Ainda que recentemente eu tenha bebido um Leo d'Honor 2008 que me surpreendeu pelo frescor e clareza. Mas e o "quenderizado"? O que seria?
Abs,
Flavio
Entendi e concordo contigo!
Abs,
Flavio