Falemos de assuntos sérios. Larguemos brincadeiras, piadas de circunstância. Farto de gente sem emoções, sem nervo, fria. É um vinho que continua a enamorar-me. Não importa quanto vale, não quero saber disso. Não quero saber de nada. Apenas interessa saber que é um vinho, já lá vão alguns anos, que me ajuda quando mais preciso. E hoje precisava disto. Precisava.
Na verdade estou em ressaca, por que me falta aquele ar lá de cima. Não estou com rodeios, nem com meias palavras. Aquilo lá para cima corre-me nas veias. Está-me no sangue. Faz parte do me mim. Sou eu. Preciso. Necessito.
E enquanto a garrafa vai esvaziando, neste preciso momento, parece que a ansiedade vai diminuindo, vai sendo dominada. Vai sendo enganada.
O vinho acabou. Não tenho mais. Viajei, relembrei uma porrada de momentos, passagens felizes e infelizes. E no meio de enormes saudades de tanta coisa e tanta gente, é chegada a hora de me aconchegar a um canto e fechar os olhos. As pálpebras estão pesadas. Vou adormecer.
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