Simplesmente mais um momento a sós. Mais um daqueles momentos em que desfrutamos prazeres de forma solitária, em que se pensa em tudo e em nada. Estamos por ali. Vagueia-se.
Pouco importará, para vocês, como conheci o produtor da Quinta da Vegia. Acredito que não terá qualquer relevância se foi assim ou assado. Se foi neste ou naquele lugar. Sei que foi há uma porrada de anos. Nos tempos em que se fazia um dos melhores eventos de vinhos da capital do Império: Dão & Douro. Evento que se eclipsou.
A garrafa estava ali a um canto, guardada para uma qualquer ocasião. Para um qualquer encontro com aqueles gajos que gostam de beber à séria. Que dizem, sem apelo nem agravo o que lhes vai na alma. Sem filtros. Uns párias, uns ordinários que não têm respeito pela ordem. Olhados de lado. Num gesto instintivo, peguei nela e abri-a. Sem mais delongas.
A garrafa estava ali a um canto, guardada para uma qualquer ocasião. Para um qualquer encontro com aqueles gajos que gostam de beber à séria. Que dizem, sem apelo nem agravo o que lhes vai na alma. Sem filtros. Uns párias, uns ordinários que não têm respeito pela ordem. Olhados de lado. Num gesto instintivo, peguei nela e abri-a. Sem mais delongas.
Não sei se existem vinhos perfeitos. Pouco importa. Sei que existem vinhos que nos enchem a alma na ocasião certa e que por isso se tornam (quase) perfeitos. Completam a refeição. Acompanham a conversa, mesmo que ela seja um mero monólogo. E pouco importa se eles, os vinhos, cheiram ou sabem a isto ou àquilo. Para o caso, só confirmei porque gosto de vinhos do Dão. Porque, quando bem feitos, são o pináculo da frescura, da elegância, da finura, capazes de meter num simples copo todos aqueles cheiros de uma floresta que foi assassinada.
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TY