Quando um gajo, numa sexta-feira, farto da porra da semana, entra num tasco, algures nos arrabaldes da margem sul do rio Tejo, e encontra uma pérola destas, perdida num armário refrigerante, no meio de tanta coisa trivial, percebe que nem tudo é assim tão mau.
E num ápice, aquele momento que servia apenas para enfiar no bucho meia dúzia de coisas indiferenciadas, transforma-se em algo muito mais digno, muito mais aprazível, muito mais contemplativo. Como se tivesse sido feito um reset. Bem dito vinho! Bem dita a ocasião.
Colheita 2014 |
Estava, o vinho, num estado de excelente equilíbrio, adulto, sem qualquer impressão exótica e exuberante. Perfil sério e sóbrio, profundamente seco. Mas o que importa ou importou é que me encheu as medidas, aconchegou-me a alma, amaciou-me a dor da distância. É al(l)go que aconselho vivamente a provarem. Não! A beberem.
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