O Pinot do Pedro Garcias

Li o artigo do Pinot escrito pelo Pedro Garcias, com o mesmo gozo de sempre. E como sempre, está redigido naquele estilo picante e acutilante. Gosto de gente que sai da caixa do politicamente correcto, do fofinho, dos beijinhos, e não se coíbe de emitir a sua opinião, independentemente se tem razão ou não. Ainda por cima, é uma opinião vinculada por um jornalista e crítico, que também é produtor.

Pessoalmente, nunca escondi a minha enorme perplexidade e estranheza quando vejo castas estrangeiras a serem introduzidas em regiões como os Verdes/Minho, o Douro, o Dão e a Bairrada. São as mais clássicas (no que isto quererá dizer) e que sempre se apresentaram ao mundo, orgulhosas das suas castas nativas. Mas depois, vemos (vejo) que a prática não é bem assim. O que apraz dizer que a diversidade e riqueza das castas portuguesas é, provavelmente, uma das maiores falácias no mundo dos vinhos, em Portugal. Pelos vistos, existe necessidade de ir buscar lá fora outras castas para compor o ramalhete. Alguma coisa não bate certo e eu não sei qual é.
Mas se atacamos facilmente aqueles se socorrem de variedades estrangeiras, o que dizer daqueles que usam as castas nacionais e as transformam em vinhos sem qualquer originalidade, profundamente manipulados, sem qualquer carácter ou identidade? Completamente abastardados. O que dizer destes? Não estarão, estes últimos, a envergonhar-nos também, de uma forma mais vil? Enganando-nos.

Comentários

Caro Pingus,
Tens o link do artigo de Pedro Garcias? Gostaria de le-lo.
Eu, particularmente, acho que Portugal não precisa de castas estrangeiras, pois tem uma riqueza impar. Confesso que sou fã dos Syrah produzidos aí, principalmente os da Quinta do Monte D'Oiro. Mas acho que paro neles. Incomoda-me um pouco o uso de castas internacionais por paises ricos em castas autóctones, como Portugal e Itália. Por outro lado, não consigo conceber ver um tinto da Bairrada sem a Baga (e isso já existe...). E para concluir, concordo plenamente com você quanto ao fato de vinhos feitos com castas portuguesas serem manipulados e transformados em vinhos sem originalidade. Infelizmente, isso não é um problema apenas de Portugal. O que faço é dar total preferência aqueles que tentam manter a tradição.
Abraços,
Flavio
Pingas no Copo disse…
Flávio, o link está no post. Está em Pinot.

Um grande abraço
Obrigado, Pingus! Não havia visto. Parece que está em vermelhom e como sou daltônico, passei batido...rs.
Grande abraço,
Flavio