Casa da Passarella: O Enólogo Encruzado

Às vezes, até fico admirado comigo. Ainda por cima, um gajo que não quer saber, na maior parte das vezes, do que os outros pensam ou acham sobre aquilo que escrevo ou publico, se gostam ou não, se ficam incomodados ou não. Ou se preferem outros. Epá, dei comigo, de forma (in)consciente a ter mais parcimónia, mais cuidado, a esconder muita coisa. Cum carago, não pode ser. 


Há algum tempo que não bebia um vinho da Casa da Passarella. Não há um motivo em particular, pois é público e sabido que acompanho com especial atenção, desde a sua refundação, tudo o que vai saindo de lá. É escusado, portanto, alongar-me mais nesta matéria.


Sabe-se, para quem anda em cima de todas as novidades, que a colheita de 2016 já está no mercado e segundo o que se vai lendo, por aí, está austero, contido e elegante. Tudo aponta para ser o melhor O Enólogo Encruzado. Mas também que tenho que vos dizer que o 2015 está, neste momento, um mimo. Com tudo integrado, bem afinado e elegante. Com a madeira harmonizada, muito equilibrado e, acima de tudo, sadio. Nada taciturno. Digo-vos que o bebi, sem favor, com enorme satisfação e prazer. Daqueles, permitam-me ainda, que se bebem assim num clic. Por isso, mais houvesse, no momento.

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