Tenho pena...

Tenho muita pena que não seja fácil. É com pena que não vejo estes vinhos na capital do império. É com pesar que a malta anónima, como nós, não consiga beber estes vinhos, com a facilidade que seria desejada.
São vinhos que não prendem as atenções dos mais famosos, sejam eles quais forem. Mas não dão fama e nem glória. Os padrinhos dos eventos e das amostras encaminham os gajos que têm opinião, mesmo que seja mal verbalizada, para outras coisas. A força do marketing, das empresas de comunicação e publicidade empurram a malta, e a malta gosta, para vinhos e produtores de passarelle (que também os bebo).


Estes vinhos, existirão outros tantos assim, têm uma enorme dignidade. Estão muito bem feitos, dão muito prazer, têm personalidade e são diferenciados. São muito escorreitos, frescos e secos, com um registo muito particular. Têm bem impresso o cunho do Dão. E para tesos, como nós, são vendidos a muito bom preço (este branco custa menos de cinco euros, nas áreas comerciais da região).


Como disse uma vez, se fossem vinhos de uma COOP mais badalada, mais paparicada, mais burguesa, mais bonitinha, tivesse gente mais urbana à sua frente, eventualmente a realidade seria bem diferente. É que mais vale cair em graça do que ser engraçado.

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