Salvé Anthony Bourdain!

Não sou gajo para idolatrar. Nunca tive ídolos. Minto. A minha mãe é o meu único ídolo. Não sou seguidor de ninguém. Quando morre alguém, mais ou menos famoso, passo ao lado do momento. Registo, apenas, o facto. 
Com Anthony Bourdain era diferente. A coisa aqui pia de maneira diferente. Gostava muito do gajo. Gostava dos programas dele. Ainda hoje vi um em que estava a comer e a beber vinho, enfiado numa adega, algures na Croácia. Mais uma vez, fiquei com dores de inveja. Delirava com as enormes orgias de comida e bebida, em que aparentemente se envolvia. Pura decadência. Desvairos alimentares e alcoólicos levados ao máximo. Digamos que ele era a versão moderna do clássico La Grand Bouffe


Anthony Bourdain, permitam-me, é o grande guru, o profeta, de todos aqueles que gostam de borgas, de farras desmedidas. Daquelas valentes pândegas, livres de irritantes etiquetas e salamaleques presunçosos, que tiram o apetite a um simples mortal. 
Merece que se construa um altar, pois todos aqueles que gostam de comer e beber de forma ávida, como  eu, merecem um lugar de culto. Um lugar onde comer e beber sejam os únicos dogmas. Em memória dele, que se viva, como se o mundo acabasse amanhã. Daqui, deste lado, saúdo-te. Salvé Bourdain! 

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