Conheci o lugar em finais do ano de dois mil e dezoito. Serviu de poiso para um almoço prosaico, arquitectado em cima do joelho. Localizado num sítio algo inusitado e, sejamos francos, com pouco para ver. Contudo, o espaço interior destoa completamente do espaço circundante, deixando uma impressão francamente positiva. Entramos e esquecemos o exterior. Coisas minhas.
A Mercearia do Fanqueiro é um daqueles sítios que combinam um espaço onde se podem comprar géneros alimentícios, ao estilo dos estabelecimentos comerciais do antigamente, com uma área dedicada à restauração. Decoração simples, mas aconchegante e airosa. Digamos que está felizmente despojada de artefactos modernos, presunçosos e pós-urbanos. Indicado para gajos simples, descomprometidos e profundamente informais. A aposta centra-se no petisco, no pitéu, no snack. Como queiram chamar. O vinho felizmente é bem tratado.
Destaco umas extraordinárias tiras de entrecosto fritas com massa de pimentão (não sou apreciador deste aglomerado vermelho), bem como uns belos cogumelos, metidos num molho ou caldo que era do caraças.
Registo o prazer de limpar uma selecção de queijos, acompanhado com um Quinta de Sanjoanne Terroir Mineral e um Quinta das Carrafouchas Branco. Houve tempo, ainda, para beber uns tragos de um Porto branco com mais de cinquenta anos da Kopke. Ainda por rotular e comercializar. Digamos que foi um extra oferecido por um dos companheiros de refeição. Foi aquilo a que chamamos de cereja no topo do bolo. A revisitar para bisbilhotar outras opções no que respeita aos tachos, às frigideiras e sertãs.
Comentários