Algumas considerações sobre isto...

Não importa se o vinho respeita o essencial de um vinho da talha. Também é sabido que, de um momento para o outro, fomos invadidos por vinhos da talha ou da ânfora. O que importa registar aqui, por isso tem honras de post, é satisfação com que o bebi. Satisfação derivada, talvez, da controlada expectativa.


Apesar de ter sido bebido em ambiente festivo, bastante popular, a acompanhar um picado de carne frita com enchidos e servido em copo meio rudimentar, deu para para perceber que tinha ali algo interessante. Aqui a palavra interessante com uma conotação muito positiva, ao contrário do que se costuma fazer. Normalmente usamos interessante para vinhos ou coisas que não gostamos. É, digamos, um acto de cordialidade, de educação.


Este branco da Casa Agrícola Alexandre Relvas pareceu-me ser um vinho seco, em sabor e no cheiro, com uma bela frescura, descontextualizada da norma alentejana. Com um toque meio terroso e balsâmico muito curioso. Com caparro para limpar a gordura da comida, dando a entender que será um vinho com um forte pendor gastronómico. Em jeito de conclusão, este Talha da Casa Agrícola Alexandre Relvas foi, quase de certeza, a maior surpresa durante a silly season.

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