Apetece-me dizer asneiras bem
alto, na forma mais ordinária possível. É que este mundo anda estúpido. Este mundo anda esquizofrénico. Este
mundo anda aos chocalhos. Perdeu o tino. Ou são as vacas do reitor da
universidade ou é o primeiro ministro do Canadá a pedir desculpas por se ter mascarado
de Aladino e pintado a cara de negro. Ou é a outra a dizer que a água evapora. Eu
peço, já, desculpa por me ter mascarado de mafioso italiano, uma única vez, usando um
fato do meu pai, sem ele saber. Na verdade, não era uma máscara. Era eu mesmo.
Ando agoniado com estas merdas.
Ando angustiado com tanta mariquice, com tanto cuidado. Um gajo tem que pedir
desculpas, de cócoras, por tudo e por nada. Epá, desculpem lá qualquer coisa.
Desculpem lá, mas começo a não ter paciência para tanta merda, para tanta delicadeza,
para tanta regra e boa conduta. Perdoem-me, por ser um gajo de excessos e ser
parco em simpatia e delicadeza e abundante em rudeza e antipatia. O minha
costela Neandertal é bem vincada.
Um gajo tem que pensar mil vezes,
antes de falar, antes de dizer uma piada, antes de fazer um comentário. Um gajo
tem que pensar antes, antes de pensar. O simples acto de pensar, requer muito
cuidado. Foda-se, malta, que isto é de loucos e cansativo.
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